sexta-feira, 30 de abril de 2010

O Bruto e a Bailarina


Ele olhava a mulher pela janela. "Como é bela"-pensava ele.

Seus olhos assustadores fitavam a linda moça bailando. Muitos ao vê-lo ali, escondido, observando, julgariam-no um pisicopata. Porém, não sentia atração pela mulher, nem desejo algum, apenas amava vê-la bailando. Uma adoração.

Ah, ele a observava todas as noites. Ficava ali, detrás das cortinas encardidas, imerso em escuridão. Queria vê-la gigando para sempre, apenas para ele.

A forma como dançava, era tudo o que há de mais belo no mundo. Seu perfume invadindo o ar, seus cabelos num redemoinho de luzes e seus olhos, profundos e fechados, como num sono suave.

E assim era sua adoração, escondida, irrelevante. Sentia medo da reação que sua grotesca aparência iria causar. Sua forma gigantesca e bruta transmitia algo que não era.

Vivia assim, todas as noites a fitar, uma lágrima escorria no rosto. Não de tristeza, mas de adoração.

E se por uma noite não houvesse dança nem bailarina, terminava por quebrar o pouco que tinha e se castigava por não poder vê-la.

Tão louca paixão sentia aquele homem, paixão não pela mulher, mas pela forma como ela dançava. Delicada, graciosa, firme.

Todas as noites a fitar...

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Fim





Ele acendeu um cigarro. A fumaça subiu densa numa profusão enjoativa de nicotina e café. A luz da lua adentrava pela janela de caixilhos e recaia sobre a forma disforme do homem pensativo. Seus olhos oblíquos se estreitaram diante dos trauseuntes que caminhava na rua abaixo. Chegara ao fim daquela vida ínfima e ordinária. Aquele invólucro deteriorado que chamava de "seu corpo" estava em frangalhos. A voz outrora limpa, não passava agora de um gorgolejar gutural, como pedregulho rolando sobre madeira. A boca se abria num esgar fantasmagórico, com dentes amarelados a mastigar o ranço viscoso. Respirar se tornara penoso e seus músculos se atrofiavam, tímidos, se retraindo sobre os ossos.
Não a uma forma bonita de se morrer. Nem menos dolorosa. Na linha tênue entre a vida e a morte o medo o consome. Medo e arrependimento. Não havia medo naquele homem.
Um brilho riscou o escuro seguido de um gorgolejo de sangue em borbolhas. Não há beleza na morte. O véu escuro vai descendo sobre o mundo e tudo deixa de existir. Os sentidos e sentimentos vão lhe escapando como água. Depois tudo não passa de um vagar no vazio infinito da mente.

sábado, 24 de abril de 2010

Olá amigos e amigas.
Bem vindos ao meu blog!
Fico feliz que por aqui tenha vindo aportar e peço-lhes gentilmente sua atenção.

Peço que me perdoem por minha excessiva polidez que chega a ser enjoativa.
Bom, aqui estamos, na luz de mais um blog dentre tantos milhares por aí. Espero que este seja um dos poucos blogs que encontra por aí com algum ganho para si mesmo e para sua vida.
A propósito, meu blog não vai falar só de filosofia, o nome é um simples nome que eu achei adequado e escolhi pôr. Mesmo porque não sou versado em filosofia e minha experiência filosófica se baseia apenas sobre minha própria forma de pensar e vivências do dia a dia.

Não quero que este post seja apenas de apresentação. Quero filosofar um pouco aqui. Só pra dar um gostinho. ahahaha

Estive eu, hoje, pensando sobre a mente humana e seu poderia sobre a matéria física ao nosso redor.
É o seguinte: acredito eu, que nossos pensamentos contém uma massa, mesmo que ínfima (não digo da parte da neurociência) digo deste ramo mais profundo da mente, que existe apenas na memória e somente ali. É difícil explicar isso porque é muito complexo enveredar pela mente humana assim da forma como eu quero que veja.
Se o pensamento tem massa ele age sobre a matéria ao seu redor. Bom, até aí não é segredo pra ninguém, todos já ouvimos falar do grande Poder da Mente.
Mas eu pensei em algo: se o pensamento é uma massa, logo ele é matéria, sendo assim, de acordo com a lei muito conhecida por todos "Na natureza nada se cria, nada se destrói, tudo se transforma", o que ocorre quando morremos, nossos pensamentos se apagam???
Se houve um pensamento, se ele existiu em nosso mente, ele não pode simplesmente ser DELETADO.
Agora, esta é uma pergunta que talvez nunca seja respondida tão cedo.

Um grande abraço a todos e obrigado por aturarem minhas loucuras.