A paz chegou enfim. Depois de uma nebulosa e escura tormenta, o vento fresco voltou a soprar. Levou dor, levou tristeza, levou preocupações.
As ruas estavam molhadas e o sol, como num dia de verão, veio erradiar o dia, tímido, entre as nuvens. As pessoas saiam lentamente de suas casas, pisavam no chão molhado, atravessando os galhos caídos, as telhas quebradas, os postes tombados. O vento vinha fresco, leve, úmido, como se mandado por Deus, de modo a apaziguar os dias tempestivos que atingiram aquela pequenina cidade.
As pessoas iam pouco a pouco retomando as suas vidas. Suas feições ainda eram duras, assustadas. As mães recolhiam suas crianças nos dias mais escuros, homens voltavam a suas casas com o passo rápido, olhando para o céu. Apenas alguém se divertia com tudo.
Ele era um pequeno garoto, se auto chamava O Senhor das Chuvas. Travessura de menino. Apenas ele saboreava o escuro da noite, o escuro das nuvens, o tocar do vento, o frescor da chuva.
Nos dias em que o vento começava a soprar mais forte, saía ele na penumbra do fim de tarde. Ele se sentia o senhor do mundo com tudo aquilo. Aquele vento fresco, as luzes dos postes, a rua molhada, o silêncio da ausência das pessoas. O além da escuridão, o desconhecido, a força, o poderio das tempestades sempre o atraia. Ele amava os tornados, as chuvas, os ventos, os raios...
O Senhor das Chuvas sabia era apenas aproveitar a simplicidade da vida e as coisas que a natureza nos dá todos os dias. O Senhor das Chuvas sabia colher a beleza no meio da tormenta.
Adorei esse!
ResponderExcluirSenhor das chuvas, muito foda cara, tu escreve bem demais.
Keep rocking!
Tu escreve super bem,gosto pouco de filosofia mas tu soube me prender até o fim do post.Adorei
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