A medida que o tempo vai passando você vai aprendendo a deixar coisas que não são essenciais para trás. Quanto mais viajamos, mais aprendemos. Aprendemos que o que vai na mochila é o essencial. É até engraçado e espantoso de ver como nossas mochilas vão diminuindo a medida que encaramos a realidade. Para nossos espanto descobrimos que todo aquele peso que ia nas nossas costas, nos fazendo curvar e tirando extremas energias do nosso corpo eram coisas desnecessárias.
Aí é que está o vital, quanto mais leve vai nossa mochila, mais agilidade temos, mais leveza e menos cansaço. Se de alguma forma não precisássemos de nossas mochilas e nem de nada para se carregar fico imaginando que poderíamos percorrer infinitas distâncias. Quanto mais algo o prende, menor a distância que irá alcançar. Leve na mochila aquilo que dá força, aquilo que o ajudará a continuar sua rota. Esqueça enfeites, eventuais objetos que poderá precisar... esqueça tudo. Leve aquilo que faz parte de você.
Queria um dia sair apenas com a roupa do corpo e me aventurar por lugares inóspitos, nunca parando, cobrindo distâncias imensas e ininterruptas. Caso a noite chegasse, proveria o abrigo retirado da natureza ao meu redor. Assim o faria igualmente se houvesse frio e chuva. Não tem que temer as intemperes do caminho e nem planejar levar abrigo ou defesa. Tem que se adaptar ao local e retirar dali o que lhe é necessário.