terça-feira, 11 de outubro de 2011

Aqui jaz um poeta morto


Por que, meu Deus, por que a poesia dentro de mim está seca?
Será que toda a tristeza do meu coração se foi ou será que minha'alma já não é mais humana? Onde estão minhas lágrimas, por onde anda minha dor? O que será de um poeta sem a sua dor?
Bate em mim uma angústia desesperada, pois que meu talento, meu único talento, já não existe mais. Um poeta vive de seus desesperos, das dores mais doídas e é daí que tira seus poemas mais belos. Um poeta chora, chora com a alma. Não tem tristeza mais desesperada que as escritas de um poeta.
Traz ela de volta pra mim, pois minhas tardes são entediantes sem que possa escrever. Nem o café, nem a chuva já me são tão prazerosos. As tardes de sexta-feira passaram a ser chatas sem uma poesia minha.
Com que, me diz, com que mais posso encantar minha donzela? Sem não são minhas palavras, como poderiam as pessoas sentir a solidão que existe dentro da minha alma?
Meu coração está árido como um deserto. Já não encontro a beleza das cores, nem os encantos das dores. Tudo agora é feliz, mas não me contento com essa felicidade, pois dela não tiro poema algum. Poemas são sobre tristeza, não sobre felicidade. Poetas são tristes, se fossem felizes viravam palhaços.
Devolve um pouco da minha tristeza, meu Deus, pois preciso dela pra escrever. Devolve meu café, minhas sextas-feiras e minhas tardes de chuva. É só isso que preciso.

Um comentário:

  1. As emoções internas afloram por várias razões: Tristezas, alegrias, paixão, amor, compaixão, beleza da natureza, etc..
    Saibamos aproveitar cada momento para dele inspirar o nosso poeta.

    ResponderExcluir