domingo, 17 de junho de 2012

O pulso da vida

   

    Eu sou uma águia planando sob o céus de bronze. Nuvens titânicas se assomam a dimensões estratosféricas sobre a terra e seus raios retumbam das profundezas, rosnando e murmurando. O vento sussurra pelas árvores, mais e cada vez mais forte. Agora os céus são de chumbo com grandes gotas de água caindo, como cristais no céu.
     Agora sou o cervo, correndo pelo verdejante gramado, fugindo da tempestade. A grama molhada exala pelo ar seu aroma fresco e cheio de vida. As árvores parecem suspirar em agradecimento aos céus pela torrente.
     Sou o rouxinol sobre os gravetos do carvalho, cantando para a chuva e entoando junto com o cantigo das gotas sobre a terra molhada.
     Sou o lobo e o urso que saem da toca após a tempestade, farejando o frescor do ar, beber da água do rio torrencial. Fitar as corredeiras e as montanhas nebulosas. Deitar-me na relva cheia de orvalho e ver a vida natural correr. Assistir a borboleta em sua jornada, o beija-flor enamorando as pétalas e o coelho passar zunando entre uma pedra e outra.
     O pulso da vida. A mãe terra respirando, se renovando, vivendo.

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