segunda-feira, 22 de julho de 2013

Rise

      

     Meus versos são como feras que se alimentam de sentimentos, sejam eles quais forem. Como escritor aprendi que as palavras nascem de dentro de nós, onde alimentamo-as com tristeza, alegrias, esperanças, medo... Estive por algum tempo na escuridão, vazio, sem propósito, dormindo. As palavras se ausentaram de mim, ou melhor, meus sentimentos se ausentaram de mim em minha atitude de afastá-los por medo. Medo de sentir, medo de sofrer o que já sofri. 
     Pasmem!, pois descobri que o ser humano não vive sem medo, pelo contrário, necessita dele para viver. 
     
     Sempre disse que os maiores e melhores poetas se alimentam de tristeza. Grandes poemas são as dores mais profundas choradas sobre o papel. Não apenas de tristeza vive o poeta, mas da alegria, da esperança, dos sentimentos mais vivos e intensos. Não há poesia vazia, poesia "preto e branco". As palavras são uma profusão intensa e explosiva de vida, ou anti-vida. Elas são algo, não vazio. São tudo, não nada. 
     A literatura está ausente de mim assim como meus sentimentos um dia estiveram. Trago-os à tona agora, clamo-vos, adentrem meu coração cheio de esperança!
     Assim o sol renasce sobre as montanhas, depois da escuridão profunda. Depois do silêncio e do vazio da madrugada. Em instantes esse sol atinge seu esplendor, desabrochando flores do campo, deflorando cores, enchendo o ar com seus raios cor de ouro. 
     Como poeta espero ser este meu retorno à vida. Da vasta profundeza em que me encontrava surjo de volta, cuspido à tona de um mundo conturbado, fraco, rasgado, vazio, frio e desfragmentado, mas a chama se acende dentro de mim e as poucos vai consumindo os sentimentos com os quais as alimento. Novos sentimentos que irão me dar novas poesias, novas formas de beleza diferentes das profundas e líricas obras que se alimentaram um dia da minha derrocada, do monstro que me consumiu. O monstro que um dia se criou dentro de mim, que se alimentou do meu sangue e da minha tristeza, que escreveu por mim, está agora morto. Agora tenho um anjo, que ainda pequenino ergue suas asas e ilumina minha alma. Uma nova alma que acorda para um novo raiar, para um novo Sol. 

Um comentário:

  1. É bom ter você de volta, Luigi! E ainda melhor te ver bem! :)

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