terça-feira, 11 de outubro de 2011

O chamado da natureza


Eu quero meus pés, descalços, para sentir a grama e a terra.
Quero minhas mãos, de forma que eu posso tocar as árvores, as rochas e a água gelada dos rios.
Desejo ter olhos para poder chorar, chorar quando ver acima de mim aquelas montanhas.
Preciso de uma pele pra sentir o vento e o calor do fogo.
Necessito de uma voz, não para cantar, pois que o canto da natureza já me basta, mas para poder chamar os pássaros e lobos da floresta.
Eu também quero um coração, porque nada na terra tem graça sem um coração. Quero o coração selvagem, feito do nó do carvalho, repousando numa cavidade de gelo.
Dai-me o simples da vida para que eu possa viver. Dai-me os prazeres da adrenalina, o gotejar gelado da chuva, o frio da nevasca, o calor do sangue...
Dai-me os bosques, os pinheiros, os rios e as montanhas.
Dai-me pois eu nasci selvagem, selvagem de coração e de alma. Assim como o caribu que foge dos lobos pelas pastagens ou do urso que combate a puma enfurecida.
É de tudo isso que preciso. Preciso do espírito animalesco dentro de mim. Preciso ser selvagem! Quero beber do sangue ainda quente, quero andar sobre quatro patas, quero uivar pra lua, correr entre as árvores, quero brigar e rosnar.
Eu quero ser selvagem!

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