quinta-feira, 6 de maio de 2010

O chamado selvagem


Não importa o que eu faça, onde eu chegue, como eu esteja. Antes que se chegue o fim eu terei percorrido muito chão, vivido muitas aventuras, contemplado muitas paisagens.

Influenciado por muitos, eu quero caminhar até o norte, no limiar da aventura, em deslumbrantes locais com perigos e belezas.

Parece-me que todo o meu objetivo de vida se encontra escondido na montanha mais obscura, esperando sempre que eu avance mais, sempre pro maior topo, sempre pro maior perigo, me chamando pra provação final. Uma última provação nunca imaginada e como resultado a satisfação plena e completa da vida. Então por ali mesmo eu relaxarei, erguerei meu belo e confortável chalé e por ali mesmo vou viver. Sairei na varanda e verei as montanhas e a lua, majestosa subindo aos céus, tímida. As montanhas serão gigantes guardando minha moradia. Subirá fumaça pela chaminé e então virão todos os animais comer de minha mão. Ursos, lobos, alces, esquilos e caribus.

Sempre haverá fogo na lareira, frio na soleira e neve na madeira. Estantes recheadas de livros de aventura, uma caneca de café quente e rede para leitura.

Meu espírito é das árvores, dos bichos.

Minha alma corre junto com os lobos.


Luigi Rajão

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